ABCiber - Trabalhando no feriado!

Segundo dia do IV Simpósio Nacional da ABCiber, que aconteceu neste feriadão, lá na UFRJ - Campus praia vermelha!
Escolhi para assistir a mesa temática 5:  "Educação em tempo de cibercultura: desafios para a docência online", composta por duas colegas do GPDOC: Mônica  Magalhães e Helena de Sá, com seus colegas Wilson Almeida, Paulo Pereira e Tatiana Rossini. 


A apresentação foi realizada na seguinte dinâmica: introdução do campo de pesquisa, no caso a Cibercultura e a docência online, para então cada integrante relatar, parcialmente, suas últimas pesquisa no campo (mestrado ou doutorado). Helena apresentou a definição de Cibercultura como transformações sociotécnicas promovidas pelo digital, além de discutir suas implicações na educação: Liberação do pólo de emissão, permitindo autoria de professores e alunos; interatividade, num processo comunicacional todos-todos, e o surgimento do conhecimento coletivo.
As pesquisas apresentadas analisaram, em geral, os desafios da docência online como:
  • tornar-se autor e afetar o outro para que este torne-se autor também;
  • transposição do paradigma da transmissão para o ambiente virtual de aprendizagem;
  • construção de um desenho didático interativo e estimulante;



    Depois seguimos para a conferência "Netnografias da Transformação Social: cognição, regimes de signos e coletivos na cibercultura" com Lucia Santaella (PUC-SP), Vinicius Pereira (UERJ) e Theóphilos Rifiotis (UFSC). Novamente discutimos os conceitos de Bruno Latour para pensar redes e autoria. O que mais ficou marcado para mim nesta conferência foi uma frase de  Theóphilos Rifiotis; ele discursava sobre as pesquisas e a "vontade de saber sociotécnico" quando destacou "não devemos separar a descrição da interface das análises das interações que os sujeitos realizam nela". 
    Esta frase mexeu com minha idéias em relação as pesquisas das redes sociais e me fez repensar um monte de coisas.
    A partir da tarde, fomos prestigiar outra colega do GPDOC. Assistimos o grupo 5 do GT de Educação, onde a Rosemary dos Santos apresentou o trabalho sobre nossa formação no cineclubAlém de Rose, apresentaram outras duas participantes: Ana Terse e Maria Padilha. A primeira estuda a aprendizagem social e propõe a ruptura dos estudos sobre a aplicação das redes socias na educação para se pesquisar sobre como as aprendizagens, formais e informais, se constituem nesses espaços. A segunda trabalhou a pesquisa escolar e a questão do copiar e colar, que segundo ela não é novidade, pois já copiávamos de mídias impressas, como as enciclopédias. 

    Rosemary apresentando.

    Ainda mais tarde, tivemos outra conferência com Barbara Szaniecki , Simone Sá e Gisela Castro. "Muito Além do Entretenimento: pontão de cultura, e subjetivação na cibercultura" tratou de pensar nas mídias como modos de subjetivação e apropriação para além da diversão, discutindo sobre as práticas de escuta, questão do ruído e do poder, apropriação sociais e mercadológicas, etc.

    O evento foi muito bom, no quesito discussão téoricas/práticas/metodologicas, porém na estrutura deixou a desejar. Primeiro por ser num feriado, provocou um esvaziamento das salas, além de também colocar mesas, apresentações de trabalho, oficinas no mesmo horário, o que acaba dificultando a circulação e colaboração entre os diversos apresentadores, conferencistas e participantes.


    ABCiber

    Realmente, não é possível atualizar isto aqui todos os dias!
    Hoje foi o primeiro dia do IV Simpósio Nacional da ABCiber, que estará acontecendo neste feriadão, lá na UFRJ - Campus praia vermelha!
    Meu primeiro Simpósio da ABCiber.
    A conferência de abertura foi formada por: Keynote de Gabriella Coleman (NY University), Ivana Bentes e Eugênio Trivinho


    A Gabriella falou sobre a Cientologia, sobre o movimento dos Anônimos e trouxe um novo conceito para nós "Trolagem". O nome do conceito deriva-se do sujeito de sua ação, os chamados Trolls, que de acordo com a apresentadora, são os sujeitos que utilizam as mídias digitais para desestabilizar moralmente outros sujeitos, neste caso, os seguidores da Cientologia. Os debatedores relacionaram este conceito com os últimos acontecimentos na eleição deste ano, principalmente as invasões no site do candidato Serra e as mensagens ofensivas divulgadas no twitter.

    Um integrante do movimento dos anônimos na frente da Igreja de Cientologia.

    Após o intervalo para o almoço, voltamos para a Mesa "Cibercultura e Redes Sociotécnicas:Questões teórico-metodológicas e experiências de pesquisa" composta por: André Lemos, Erick Felinto e Jean Segata. Devido a problemas com a conexão não foi possível a participação de Massimo di Felice e Theophilos Rifiotis. Os três participantes discutiram conceitos de Bruno Latour para pensar sobre redes e autoria. 











    Felinto apresentando suas idéias direto de Berlim.                                                                                 Lemos e Segata respondendo as provocações.

    No final da tarde, seguimos para a conferência composta por Sergio Amadeu (Universidade Federal do ABC), André Lemos (UFBA) e Andrew Calabrese (Universidade do Colorado - Boulder), intitulada "A Reinvenção das Políticas Públicas: cidade, mobilidade e ativismo na cibercultura".
    Amadeu falou sobre como o conceito de hacker vem se politizando nos últimos séculos. Lemos mostrou a importância dos elementos tecnológicos na rede, deste modo descontroi a idéia de que o ser humano é o elemento mais importante das redes sociais. E pensando nisto, afirma que o mais impotante são as relações que os seres humanos constituem através dos elementos tecnológicos. E por último, falou Calabrese, sobre violência no ciberespaço, hate speech e hate crimes, ciberbullying etc.
    Lemos, Amadeu e Calabrese.

    Num balanço geral, a reunião foi muito boa, trouxe diversos conceitos e conhecimentos novos. Além de ter testado meu inglês, ouvindo as duas conferências sem tradutor. Foi demais! Agora vou dormir, porque amanhã tem mais!